É com muita tristeza que realizo essa postagem. Nossa escola não recebe esse ano a BR (bonificação por resultados). Deixo registrada também minha crítica ao sistema de avaliação e classificação das unidades do Centro Paula Souza que já vinha desde a edição anterior do bônus, uma vez que mesmo recebendo a BR integral, nossa escola, assim como todas as outras, fica refém de uma avaliação extremamente subjetiva e aleatória. Como já havia
postado anteriormente, nesse sistema de avaliação contínua não é possível para nenhuma instituição crescer indefinidamente. Uma hora qualquer um vai atingir um determinado patamar ou sofrer uma queda no seu índice. Isso é perfeitamente normal. O que considero errado é que no caso de um mínimo de decréscimo ou até mesmo o não crescimento acarreta o não pagamento do bônus. Isso é muito desmotivador para uma equipe de funcionários e professores que eu considero extremamente engajada e competente para gerar resultados perante todos os desafios que constantemente são colocados em nosso caminho. Até 2008 todas as unidades recebiam o bônus (que era chamado de 14º salário) como um incentivo mais que merecido pelo trabalho desempenhado. A partir de 2009 esse bônus passou a ser chamado bonificação por resultado (BR) e ficou vinculado à um sistema de crescimento contínuo que acarreta o pagamento parcial ou o não pagamento no caso das metas estabelecidas não serem atingidas. Desde dessa ocasião diretores e representantes de Etecs e Fatecs tecem críticas ao sistema e apresentam propostas alternativas como pagamento por faixas de pontuação. Nossa escola tem crescido nessa pontuação à vários anos, haja visto o recebimento do bônus nos últimos dois anos (
março de 2010 e
março de 2011), ocasiões em que várias escolas não receberam devido ao não atingimento das metas. Até 2009 todas as unidades recebiam independente de avaliação.
Pois eu afirrmo que nossa equipe de trabalho merece sim essa bonificação, não só pelo valor (que é muito importante) mas pelo reconhecimento por toda a dedicação e esforço que fica evidente em todas as frentes do trabalho realizado em nossa escola. Mesmo agora passados alguns dias dessa notícia desmotivadora sou testemunha do valor dos nossos professores e funcionários que continuam dando o melhor de si para o objetivo principal dessa entidade que é educar e formar cidadãos.
Podemos não ter bônus por resultado mas temos o orgulho de saber que o trabalho que desempenhamos possui um valor que está acima de qualquer sistema de bonificação. Vocês estão de parabéns pelo que são e não por números gerados de forma tão subjetiva e enquadrados de maneira tão inflexível.
Agora as críticas:
Sim, o sistema é cruel, principamente com as escolas que possuem crescimento contínuo (como nosso caso) e as que apresentam altas pontuações (como por exemplo a Etec Cubatão que possuia um índice de 94%, caiu e também não recebeu nada). Nota-se que as melhores escolas ficam sem bônus, porque é impossível crescer sempre e chega uma hora que um patamar é atingido ou o índice oscila para baixo.
O tal índice de crescimento deveria ter sido publicado juntamente com o SAI (que é um dos principais componentes do índice) em janeiro de 2011 para ter sido usado no planejamento do período avalido e servido como norteador para ações que visassem a melhoria nas práticas avaliadas. Ora o SAI 2010 foi publicado somente em setembro de 2011 (logo em seguida - novembro - um novo SAI foi realizado) e o índice a ser alcançado foi publicado ontem - 29/03/2012 - retroativo à janeiro de 2011, ou seja um ano e três meses depois e na véspera do (não) pagamento do bônus.
A aleatoriedade e a subjetividade do sistema: grande parte do índice é gerado a partir de pesquisa feita junto à alunos egressos. Apenas uma pequena porcentagem dos egressos recebem questionários para resposta de forma aleatória e uma porcentagem menor ainda responde os questionários. Ficamos na sorte dos questionários serem enviados para alunos que se empenharam em aproveitar o máximo do curso e buscar resultados ou para aqueles que não se esforçaram tanto assim. Outra grande parte do índice fica atrelado à percepção do aluno em classificar itens subjetivos em uma escala de 0 a 5... Ora um aluno pode achar determinado item ruim e dar nota 4 (menos que o máximo), enquanto outro pode achar bom e dar nota 3 (acima da média)... Também ficamos à mercê do humor do aluno, da sua empatia com determinada situação ou pessoa e da sua opinião que pode muito bem ser construída em cima de interesses pessoais que podem não expressar o coletivo de uma escola.
Outros indicadores importantes não são utilizados na composição do índice, como por exemplo o Observatório Escolar, que em nosso caso por sinal tem seu desempenho cada vez melhor nas últimas edições, atingido uma média de aproveitamento de 90%.
Para finalizar há a informação que esse será o último processo de bonificação nesse formato, prevendo-se mudanças para o próximo ano. Em contato com outras escolas está sendo estruturada uma movimentação para buscar junto ao Centro uma posição para mudança da situação. Assim esperamos, porque o SAI 2011 (que foi respondido pelos alunos em novembro do ano passado) deveria ter sido publicado em janeiro desse ano e até agora nada. A história se repete e pode acontecer de novo ano que vem. Aguardemos mais notícias.
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